
Quando Hamas anunciou a libertação de vinte reféns israelenses nesta segunda‑feira (13/10/2025), o mundo acompanhou a ação que veio acompanhada de um acordo de cessar‑fogo mediado pelos Donald Trump, Presidente dos Estados Unidos. A entrega aconteceu na Faixa de Gaza, onde as Brigadas Al‑Qassam repassaram os nomes dos detidos à Cruz Vermelha. Ao mesmo tempo, Israel soltou cerca de 2.000 prisioneiros palestinos, cumprindo a contrapartida acordada.
Contexto do conflito e das negociações de cessar‑fogo
O confronto entre Israel e o Hamas começou em 7 de outubro de 2023, quando militantes palestinos invadiram cidades do sul israelense e tomaram centenas de civis como reféns. Desde então, duas guerras sucessivas deixaram mais de 5.000 mortos e uma crise humanitária que ainda impera na Faixa de Gaza. Tentativas de trégua anteriores – como o acordo de 2020 que libertou 200 prisioneiros – foram interrompidas por divergências sobre a devolução dos corpos dos reféns mortos.
Em 2025, diante da pressão internacional e do desgaste das forças armadas de ambos os lados, os EUA assumiram a mediação. O presidente Donald Trump ficou conhecido por visitas relâmpago a Tel Aviv e Doha, buscando “um passo à frente” que mantivesse a estabilidade regional. A proposta final incluía três pilares: libertação simultânea de reféns vivos, troca de prisioneiros e entrega de corpos dentro de 72 horas.
Detalhes da troca de reféns e prisioneiros
Às 02h (horário de Brasília) da manhã de 13 de outubro, a Cruz Vermelha recebeu vinte israelenses vivos, cujos nomes foram oficialmente divulgados pelas Brigadas Al‑Qassam. Entre eles estavam Bar Abraham Kupershtein e Gali Berman, cujas famílias assistiram à entrega através de transmissão ao vivo da CNN Brasil.
Como parte da reciprocidade, foram liberados aproximadamente 2.000 palestinos presos em campos de detenção israelenses, incluindo membros de facções políticas e civis detidos por segurança. O processo foi supervisionado por oficiais das Forças Armadas de Israel e pelos delegados da ONU, garantindo que nenhum dos detidos fosse transferido para áreas de conflito.
Entretanto, o Hamas entregou apenas quatro corpos de reféns mortos – dois pela manhã e dois à tarde – o que gerou forte crítica do governo israelense. O Israel Katz, Ministro da Defesa de Israel descreveu a ação como “um fracasso no cumprimento de compromissos” em post no X, alertando que qualquer atraso seria considerado violação grave do acordo.

Reações de autoridades e das famílias
O presidente Donald Trump discursou antes das libertaçōes, recebendo aplausos fervorosos de delegados presentes. Em seguida, viajou para Jerusalém, onde se encontrou com o primeiro‑ministro Benjamin Netanyahu, Primeiro‑ministro de Israel. Trump prometeu “continuar pressionando por uma paz duradoura” e anunciou que seguiria para o Egito para se reunir com mais de 20 líderes globais, incluindo Emmanuel Macron e Keir Starmer, a fim de discutir o futuro da região.
As famílias dos reféns, reunidas em um fórum de apoio em Tel Aviv, expressaram choque e consternação. "Ainda esperamos pelos corpos dos nossos entes queridos", disse uma mãe cujo filho, Segev Kalfon, foi libertado vivo. O grupo pediu a suspensão temporária do acordo até que todos os restos mortais fossem devolvidos.
Análise de especialistas sobre o acordo
Gideon Rabinovitz, analista do Instituto de Estudos do Oriente Médio, comentou que “a troca de 20 reféns por 2 mil presos representa um desequilíbrio numérico, mas pode ser vista como um gesto simbólico de boa‑fé que abre espaço para negociações mais amplas”. Ele acrescentou que a entrega parcial dos corpos pode minar a confiança necessária para futuros acordos.
Já a professora de Direito Internacional, Ana Lúcia Menezes, ressaltou que a cláusula de 72 horas para devolução total dos restos mortais é “juridicamente exigível”, mas dificilmente será cumprida enquanto houver dificuldades logísticas dentro da Faixa de Gaza, que ainda sofre bloqueios de abastecimento.

Próximos passos e perspectivas
Nos próximos dias, espera‑se que Trump e seu staff coordenem encontros bilaterais entre Israel, Hamas e países árabes mediadores, como o Egito e o Qatar. Um ponto crítico será garantir a segurança dos prisioneiros libertados ao retornarem a Gaza, já que grupos militantes poderiam tentar retaliações.
Além disso, a comunidade internacional tem pressionado por um plano de reconstrução da Faixa de Gaza, financiado por um fundo de US$ 5 bilhões proposto na Cúpula de Líderes do Oriente Médio, que ainda não foi ratificado.
- Libertação de 20 reféns vivos pelo Hamas;
- Entrega de 2.000 prisioneiros palestinos por Israel;
- Quatro corpos de reféns mortos entregues até o momento;
- Compromisso de devolver todos os corpos em até 72 horas;
- Próximas negociações em Cairo com líderes de mais de 20 países.
Perguntas Frequentes
Como a troca de reféns afeta a situação humanitária na Faixa de Gaza?
A libertação dos prisioneiros palestinos reduz a pressão sobre os campos de detenção de Israel, mas a chegada de milhares de retornados à Gaza pode sobrecarregar recursos já escassos, como água e eletricidade. Organizações humanitárias alertam que o apoio internacional precisará ser ampliado para evitar um novo colapso.
Qual é o papel dos Estados Unidos no acordo de cessar‑fogo?
Os EUA atuaram como garantidores financeiros e políticos, oferecendo segurança de que as partes cumpririam suas obrigações. A presença de diplomatas americanos no terreno e a promessa de sanções caso o acordo fosse violado reforçaram a credibilidade da mediação.
Por que Israel Katz classificou a entrega dos corpos como fracasso?
Katz argumenta que a entrega de apenas quatro corpos viola a cláusula de devolução completa prevista no acordo, gerando dor adicional às famílias enlutadas e minando a confiança necessária para futuras trocas. Ele exigiu que o Hamas cumpra integralmente o compromisso dentro do prazo estipulado.
Como esse acordo se compara a trocas de prisioneiros anteriores?
Em 2020, Israel trocou 200 prisioneiros por um único refém palestino, enquanto em 2023 a troca foi limitada a poucos centenas. A escala de 2.000 prisioneiros liberados por apenas 20 reféns vivos representa a maior assimetria já vista, indicando que a pressão internacional está forçando concessões maiores.
Quais são os próximos encontros diplomáticos previstos após o acordo?
Depois da visita a Jerusalém, o presidente Trump deve partir para o Egito, onde se reunirá com Emmanuel Macron, Keir Starmer e mais de vinte líderes para discutir um plano de reconstrução e garantias de segurança a longo prazo.
1 Comentários
Que espetáculo de troca, né? Cada vida conta, mas a história parece um anime.