
US$ 60 milhões por ano. Esse é o novo preço de um quarterback no topo da liga. A escalada salarial da posição explodiu em 2025 e cravou um padrão: se o time tem um franchise QB, vai pagar como nunca. Na NFL 2025, os 15 maiores contratos por valor anual são de quarterbacks. No alto desse pódio, Dak Prescott, do Dallas Cowboys, com média de US$ 60 milhões em um acordo total de US$ 240 milhões.
O recado do mercado é direto: a liga está disposta a investir pesado em quem comanda o ataque. A combinação de aumento de receita, novo patamar do teto salarial e medo de ficar sem um QB top empurrou os valores para uma faixa que há poucos anos parecia impossível. O efeito dominó de renovações em série transformou a faixa dos US$ 55 milhões anuais em referência.
Como os QBs tomaram conta da folha salarial
O grupo de elite se estabilizou em torno dos US$ 55 milhões por temporada. Quatro nomes dividem esse degrau: Josh Allen (Buffalo Bills), Joe Burrow (Cincinnati Bengals), Trevor Lawrence (Jacksonville Jaguars) e Jordan Love (Green Bay Packers). Esse bloco mostra como as negociações passaram a seguir uma fórmula: quem renova, sobe um degrau e encosta no topo.
Veja o panorama atual dos maiores salários anuais entre quarterbacks, com os números divulgados nesta offseason:
- Dak Prescott (Cowboys): US$ 60 milhões por ano — US$ 240 milhões totais.
- Josh Allen (Bills): US$ 55 milhões por ano — US$ 330 milhões totais.
- Joe Burrow (Bengals): US$ 55 milhões por ano — US$ 275 milhões totais.
- Trevor Lawrence (Jaguars): US$ 55 milhões por ano — US$ 275 milhões totais.
- Jordan Love (Packers): US$ 55 milhões por ano — US$ 220 milhões totais.
- Tua Tagovailoa (Dolphins): US$ 53,1 milhões por ano — US$ 212,4 milhões totais.
- Jared Goff (Lions): US$ 53 milhões por ano.
- Brock Purdy (49ers): US$ 53 milhões por ano — US$ 265 milhões totais.
- Justin Herbert (Chargers): US$ 52,5 milhões por ano — US$ 262,5 milhões totais.
- Lamar Jackson (Ravens): US$ 52 milhões por ano — US$ 260 milhões totais.
- Jalen Hurts (Eagles): US$ 51 milhões por ano.
Logo abaixo, veteranos bem pagos ainda ocupam espaço relevante: Kyler Murray (US$ 46,1 milhões), Deshaun Watson (US$ 46 milhões) e Kirk Cousins (US$ 45 milhões). E há o caso especial de Patrick Mahomes: média anual de US$ 45 milhões por causa da estrutura antiga do seu acordo, mas com o maior valor total já assinado na liga, US$ 450 milhões.
Não é só a média anual que pesa. As garantias contam — e muito. Josh Allen assumiu a liderança em dinheiro garantido, com US$ 250 milhões no contrato estendido em março de 2025, válido até 2031. Deshaun Watson aparece com US$ 230 milhões garantidos, e o novo acordo de Dak Prescott inclui US$ 229 milhões em garantias. Para o jogador, isso traz segurança em caso de lesão ou queda de desempenho; para o time, é um compromisso que limita trocas e cortes sem provocar um rombo no teto salarial.
O contrato de Brock Purdy é um ponto fora da curva pelo timing: sair de um salário de calouro para um pacote de US$ 265 milhões totais em tão pouco tempo reforça como os 49ers decidiram fechar a porta para qualquer incerteza. A mensagem é simples: quando o time acredita que achou o seu QB, paga antes que o mercado suba de novo.
Essa corrida por estabilidade também ajuda a explicar a padronização nos US$ 55 milhões. Um assinou, o próximo usa como referência, o seguinte pede um pouco a mais — e a régua sobe. A lógica é antiga, mas a velocidade com que os valores avançaram nesta offseason impressiona. Hoje, ficar abaixo da faixa dos 50 e poucos milhões virou exceção para QBs de topo.
Por que tudo isso acontece? Porque a diferença entre ter um QB que decide jogos e um comandante mediano é gigantesca. Em playoffs, um drive no fim muda uma temporada e movimenta centenas de milhões de dólares em receitas de TV, bilheteria e patrocínio. Pagar pela chance de ter esse final feliz virou a regra.
Na prática, os times fazem malabarismo com bônus de assinatura, opções de elenco e gatilhos anuais que transformam salários em parcelas diluídas no cap ao longo dos anos. As tais “garantias progressivas” (quando o salário de um ano futuro garante em uma data específica) também viraram padrão. O objetivo é o mesmo: manter o QB feliz, o elenco competitivo e o impacto no teto sob controle.
Cap, garantias e impacto no restante do elenco
Com a receita da liga em alta e novas janelas de transmissão e streaming, o teto salarial segue crescendo em ritmo firme. Isso dá fôlego para contratos gigantes, mas não resolve tudo. Quando um jogador consome uma fatia enorme do cap, a diretoria precisa acertar em cheio no draft, nos veteranos baratos e nas renovações de peças-chave. Errar um ano pode comprometer todo o planejamento.
Detroit abraçou a continuidade com Jared Goff na casa dos US$ 53 milhões e apostou que o encaixe com o técnico e o sistema vale cada dólar. Miami pagou Tua Tagovailoa após anos de evolução sob um esquema que potencializa seu timing e precisão. Buffalo segurou Josh Allen com a maior garantia da liga para evitar ruído e reafirmar o projeto. Em Cincinnati, Joe Burrow segue como o pilar do elenco. Jacksonville colocou Trevor Lawrence no patamar dos grandes para estabilizar a franquia. Green Bay fez o mesmo com Jordan Love depois da guinada que convenceu o front office.
Abaixo da elite, há contratos que viraram âncoras de discussões sobre risco e recompensa. O acordo totalmente garantido de Deshaun Watson aumentou a pressão em outras mesas. O de Kyler Murray, com média alta, virou termômetro do quanto a paciência do time aguenta oscilações. E Cousins, mesmo sem status de superstar, continua se beneficiando de altas médias por entregar consistência e negociar no momento certo.
Mahomes é uma exceção que explica a regra. Por ter assinado cedo um compromisso longo, sua média anual parece modesta diante da nova realidade. Ainda assim, os Chiefs usaram a flexibilidade do acordo para manter o núcleo vencedor por mais tempo. O valor total — US$ 450 milhões — continua sem rival e mostra outra estratégia: trancar o franchise QB por uma década e trabalhar ajustes ao longo do caminho.
A onda salarial também mexeu com outras posições. Running backs seguem desvalorizados em termos relativos, mas o topo subiu. Saquon Barkley redefiniu a prateleira com US$ 20,6 milhões por ano e US$ 36 milhões garantidos em contrato até 2028. Christian McCaffrey, peça central do ataque dos 49ers, aparece logo atrás, com US$ 19 milhões por temporada. São exceções que confirmam a regra: a maioria dos times prefere comitês e contratos curtos, mas talentos raros ainda rompem a barreira.
Para os elencos, a conta é simples no papel e difícil na prática: quando um QB passa dos US$ 50 milhões anuais, o espaço para erros diminui. Renovar um recebedor, manter um left tackle, reforçar a linha defensiva — tudo isso exige precisão de cap. A margem de manobra fica mais estreita quando as garantias pesadas reduzem a possibilidade de cortar ou trocar um jogador sem penalidade.
Outro ponto que mudou o jogo é a tag do quarterback. Com o novo patamar salarial, usar a franchise tag por um ano ficou caro e pouco eficiente. Jogadores preferem a segurança de longo prazo; equipes temem uma pancada única no cap. Resultado: o caminho natural virou o acordo multianual antes do prazo final.
Quem vem na sequência? A história recente mostra que o próximo jovem QB produtivo que se aproximar da renovação tende a se ancorar no topo da tabela. É o ciclo: performance, negociação, novo recorde, efeito em cascata. Para os times, a saída é decidir cedo se o projeto com o quarterback é de longo prazo. Se a resposta for sim, o bolso abre. Se houver dúvida, cada partida vira uma auditoria.
No fim, 2025 marca um ponto de virada: a faixa dos US$ 50–60 milhões se consolidou como a nova realidade para quarterbacks que carregam franquias. A lista dos maiores salários prova isso e mostra outro detalhe: a disputa já não é só quem ganha mais, mas quem consegue um pacote mais inteligente em garantias, prazos e flexibilidade de cap. Nessa mesa, cada vírgula vale milhões — e pode definir o destino de uma temporada.