João Fonseca estreia com vitória na Laver Cup 2025; entenda o torneio

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João Fonseca estreia com vitória na Laver Cup 2025; entenda o torneio

Estreia com personalidade em San Francisco

Com 19 anos, João Fonseca transformou a estreia na Laver Cup 2025 num cartão de visita. No Chase Center, em San Francisco, o brasileiro venceu o italiano Flavio Cobolli por 6-4 e 6-3, no terceiro jogo de simples do primeiro dia, e garantiu o primeiro ponto do Time Mundo no torneio.

O começo foi tenso. Fonseca caiu para 2-4 no primeiro set, mas mudou o ritmo, encurtou as trocas e virou para 6-4. No segundo set, quebrou o saque de Cobolli duas vezes e controlou a partida até o fim. “Tentei me manter positivo. Estava um pouco mais nervoso que o normal, o que é normal”, disse, rindo, na entrevista em quadra. A torcida brasileira fez barulho e empurrou o jogo, criando um clima de Copa do Mundo num ginásio conhecido por receber a NBA.

Mesmo com a vitória do brasileiro, a Europa fechou o dia 1 na frente: 3 a 1. Antes, Casper Ruud superou o norte-americano Reilly Opelka por 6-4 e 7-6, e Jakub Mensik venceu Alex Michelsen por 6-1, 6-7 e 10-8 no match tie-break. O ponto de Fonseca devolveu ânimo ao vestiário do Time Mundo para a sequência do fim de semana.

O duelo entre continentes tem um toque de bastidores que pesa. André Agassi é o capitão do Time Mundo, com Pat Rafter como vice. Do outro lado, a Europa é liderada por Yannick Noah, com Tim Henman de auxiliar. Entre ajustes de escalação, leitura de momentos e gestão emocional, a mão dos capitães costuma decidir confrontos equilibrados como os da Laver Cup.

A vitória em San Francisco fecha um ciclo de crescimento do brasileiro ao longo de 2025. Fonseca conquistou seu primeiro título de ATP em Buenos Aires, estreou em chaves principais de Roland Garros e Wimbledon e alcançou a terceira rodada nos dois Slams. No circuito de base, emplacou dois títulos de Challenger e consolidou um estilo agressivo, com potência no forehand e precisão nas devoluções, que já assusta adversários mais experientes.

Como funciona a Laver Cup

Como funciona a Laver Cup

A Laver Cup é a competição por equipes que coloca Europa x Mundo numa arena escura e cenário de show — a quadra preta virou marca registrada do evento. Esta é a oitava edição, disputada de 19 a 21 de setembro, e a Europa chega como atual campeã após o título em Berlim, em 2024. O formato mistura estratégia, pressão crescente e decisões apertadas.

  • Times: Europa x Mundo, com seis jogadores em cada lado e capitães lendários (Agassi no Mundo, Yannick Noah na Europa). Vice-capitães: Pat Rafter e Tim Henman.
  • Três dias de disputa e 12 jogos no total: três de simples e um de duplas por dia.
  • Pontuação progressiva: vitórias valem 1 ponto no dia 1, 2 pontos no dia 2 e 3 pontos no dia 3. Vence quem chegar a 13.
  • Se houver 12 a 12, sai uma partida extra de duplas para decidir o título.
  • Regra de elenco: pelo menos quatro jogadores precisam atuar em simples ao longo do torneio, e ninguém pode jogar mais de duas simples.
  • Formato dos jogos: melhor de três sets, com match tie-break a 10 pontos no terceiro.
  • Escalação: os capitães definem a ordem dos confrontos na véspera, o que abre espaço para xadrez tático conforme o placar avança.

Os elencos deste ano reúnem nomes pesados. Europa: Carlos Alcaraz, Holger Rune, Alexander Zverev, Flavio Cobolli, Jakub Mensik e Casper Ruud. Time Mundo: João Fonseca, Taylor Fritz, Francisco Cerúndolo, Alex Michelsen, Alex de Minaur e Reilly Opelka. A mistura de gerações aumenta a tensão: jovens em ascensão tentam marcar território contra campeões estabelecidos.

O palco também conta a história. O Chase Center, casa do Golden State Warriors, virou arena de tênis por três dias, com luz baixa, foco na quadra e clima de espetáculo. Em meio a esse ambiente, a presença de brasileiros nas arquibancadas foi constante — bandeiras, camisas da seleção e um coro que apareceu nos pontos importantes.

O que vem agora? No sábado, cada vitória vale o dobro; no domingo, triplica. Ou seja, o Time Mundo precisa transformar a energia do ponto de abertura de Fonseca em sequência. O capitão Agassi pode lançar o brasileiro de novo, em simples ou nas duplas, dependendo do quebra-cabeça tático para tentar virar a chave contra uma Europa que começou muito eficiente.

Para Fonseca, além da tabela, há um ganho que não cabe no placar: experiência sob holofote grande, ao lado de referências do circuito, num formato que exige adaptação rápida e cabeça fria. É o tipo de cenário que acelera a maturidade — e que pode render frutos já nas próximas rodadas do fim de semana.

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